Como é doloroso o processo de não pertencimento e ao mesmo tempo maravilhoso aceitar que num determinado momento nossas asas crescem e precisamos batê-las bem longe daquilo que nos aprisiona.
Conversando com um amigo esta semana, me lembrei de alguns episódios de minha carreira onde não me sentia mais “pertencendo” a um tal lugar. O processo é doloroso quando o tal “lugar” aos olhos dos outros não é tão ruim assim. ” Mas e o salário ? E seu cargo ? Nossa, uma empresa dessas e você decide sair?” “Mas e se você se arrepender ? E se esperar um pouco mais até as coisas melhorarem ?” “Mas, tem gente que daria tudo para estar no seu lugar e você não quer mais?”
O fato é: somente nós saberemos quando não nos encaixamos mais num determinado lugar.
Às vezes, como diria uma amiga, somos cisnes tentando nadar num lago de patos. Ninguém nos vê como cisnes e começamos a acreditar que o certo para nos adaptarmos seria virarmos os patos como os demais, negligenciando nossas habilidades, beleza e o que nos diferencia.
Não funciona.
Nossa consciência, desejo e vontade de viver outra coisa que nos fará mais felizes devem ser levadas em consideração.
Não precisamos ser patos, que sejamos cisnes!
A dor passa quando a consciência de que precisamos partir chega: aí entra o alívio e a coragem.
Claro, é sempre bom ter algum planejamento antes de fazer uma mudança, mas se a dor de ficar for maior do que o alívio de partir você já sabe o que fazer.
A vida é curta. O homem que não vive um sonho já está morto como diziam os estoicos.
O ser humano motivado por um sonho e cheio de energia pode construir castelos muito mais altos e fortes.
O alívio de recomeçar e a consciência de que você está sendo fiel e integral aos seus objetivos são alavancas poderosas.
A coragem quando maior que o medo nos leva a lugares inimagináveis e surpreendentes, tão certo quanto nos orgulharmos de sermos um belo cisne.
Se não você, com certeza conhecerá alguém que ao ler este artigo também poderá ter a coragem de mudar.